sexta-feira, 24 de maio de 2013

LÍDERES & LÍDERES (Parte I )


Líderes podem ser substantivo ou verbos. Líderes-substantivo necessitam de títulos e posições. Líderes-verbo lideram pelo exemplo. Líderes-substantivo dizem: “Ouça o que eu digo” e “Obedeça-me”. Líderes-verbo dizem: “Siga-me” e “Deixe-me servi-lo” ( William A. Beckham)

Bom você já deve ter lido ou ouvido algo parecido de alguém, que é considerado unanimemente por todos, como o maior líder que já viveu sobre a face da terra: Jesus Cristo, o verbo que se fez carne, o servo sofredor, o Deus-homem, o Deus que quis habitar entre os homens e nos homens. 

A liderança verdadeira pode ser resumida em uma palavra: servir. Foi o próprio Jesus que disse que não veio ao mundo para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos. 

A liderança pode nos seduzir, pode inflar nosso ego, pode nos fazer tirar proveito de pessoas e circunstâncias. Podemos explorar, enganar, iludir, obter vantagens e até mesmo enriquecer as custas de outras pessoas, utilizando-se da premissa  de que estamos “servindo a Deus” através da nossa liderança. 

Mas de fato, ser líder é servir ao outro e não a si mesmo. Liderar é servir pelo exemplo de abnegação, de altruísmo, de entrega, de renúncia. Talvez por isso tenhamos poucos líderes na essência da palavra e muitos aproveitadores usufruindo da posição, do cargo que lhes foi dado. 

Para ser um líder-verbo faz-se  necessário a renúncia do ego, da carne, do poder, da riqueza, dos seus próprios desejos e vontades, como foi o caso de Jesus que fez, não a sua, mas a vontade do Pai. 
Talvez você pense: então vale a pena ser um líder assim. Creio absolutamente que Não! Não vale a pena, vale a  vida. Porque, como diz um ditado popular, quem não vive para servir, não serve para viver. 

A pergunta que fica para reflexão é:  que tipo de líder tenho sido? Um líder-verbo ou um líder-substantivo?

terça-feira, 16 de abril de 2013

"Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai..."( Efésios 3:14).


Uma das marcas do nosso tempo é que não temos mais uma causa, um motivo, uma razão, um algo maior que nos mova, que nos tire da inércia, da famosa zona de conforto. O apostolo Paulo tinha uma causa. Isso o impelia a ser uma pessoa comprometida com algo maior do que a sua própria vida. Talvez porque ele pensasse e mirasse num alvo bem mais alto daquele que nós pensamos e miramos hoje. Seu pensamento, seu alvo eram as coisas do alto e não as da terra. Por isso ele foi quem foi e fez o que fez. Havia um propósito, um motivo, uma causa que o fazia, entre outras, colocar-se de joelhos diante do Pai celestial.

Quando me pego refletindo sobre qual é a minha causa, o que me move de fato, o que ocupa mais meus pensamentos, qual é o propósito que norteia minha vida, percebo que não sou ainda e infelizmente um cristão do tipo Paulo.

Por isso Paulo era mais feliz, mais realizado, mais forte (não precisou de psicólogo, remédio para dormir, não culpou o mundo, as pessoas, os líderes, a igreja, não abandonou o barco) tinha mais autoridade, mais poder, mais esperança e mais alegria.

Por quê? Creio que era por causa da sua causa. Algo que fatalmente nos falta hoje.

É isso aí. Abraços.

segunda-feira, 11 de março de 2013

SEDE DE DEUS. PARTE I

         
"Quero beber do Teu rio, Senhor, Sacia a minha sede, lava o meu interior
Eu quero fluir em Tuas Águas, Eu quero beber da Tua fonte
Fonte de águas vivas, Tú és a fonte, Senhor.."

"Assim como a corça brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!  A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?". (Salmos 42:1,2)

Ontem fiz  a seguinte afirmação no culto: "não percebo em nossa comunidade essa sede, essa fome de Deus". Não estou generalizando e espero estar errado nesta afirmação. Mas será que podemos afirmar como o salmista que nossa alma tem sede de Deus? Será que nossas atitudes e práticas diárias demonstram isso para nossos filhos, nossas esposas e esposos, nossos colegas de trabalho ou de escola?

O certo é que quer conscientes ou  inconscientemente nosso ser interior, nossa alma, tem uma sede, tem uma fome que só a vida de Deus pode nos saciar. O problema é que canalizamos essa sede, essa fome para as coisas erradas. Tentamos matá-la correndo atrás de prazer, dinheiro, coisas, status, conhecimento, etc, mesmo sabendo que essas coisas de fato não matam nossa sede. Sempre teremos uma sensação de que nos falta algo.

Como disse Agostinho: " Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti".

Te faço um convite, nesse início de semana: decida por saciar sua sede nesse Deus, por deleitar-se nele, por ter prazer nele, por adorá-lo pelo que Ele é. Escolha andar com gente que também está com sede, com fome de Deus. Decida por fazer da sua vida uma vida de plenitude, de abundância. Decida-se por andar com gente que quer andar com Deus, que quer servi-lo de fato e de verdade.

Isso te trará vida, vida plena e abundante.

É isso aí! Deus abençoe sua vida.

sábado, 9 de março de 2013

BEM-AVENTURADO ...


"BEM-AVENTURADO o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.

Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.

Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará". (Salmos 1: 1-3). 

Vivemos num tempo em que as pessoas buscam resultados rápidos e sem muito esforço. Aprenda inglês em 6 meses, perca 10 kg em um mês e por aí vai. Somos a geração influenciada pela instantaneidade. Ninguém quer pagar um preço justo e geralmente alto para conseguir bons resultados, quer sejam eles materiais, emocionais ou espirituais. Por isso é mais fácil transferir para o outro as nossas responsabilidades. Transferimos para o professor, para a escola, para o material didático, para a falta de computador/internet,para o governo nosso fracasso num vestibular, num concurso, numa entrevista que medirá nosso conhecimento. Transferimos para a denominação, para a igreja, para o pastor, para os  professores, para os líderes nossa incapacidade de desenvolvermos uma espiritualidade sadia e autêntica com Deus, que nos leve a uma vivência de plenitude e abundância. É sempre mais fácil a transferência, porque difícil é pagar  o preço de não se envolver no conselho dos ímpios, de não ser detido no caminho dos pecadores e de não se assentar na roda dos escarnecedores. Difícil é pagar o preço de ler, estudar e meditar na Palavra ( Bíblia) de Deus, durante minutos ou horas, todos os dias. Difícil é se envolver com o Reino de Deus, priorizando-o em nossas vidas, e servindo a esse novo Senhor que chamamos de Jesus Cristo. Por isso frutificamos e colhemos tão pouco. Pouca espiritualidade, pouca vida plena e abundante; pouca integridade, pouco caráter, pouca humildade, pouco amor, poucas  almas ganhas para Cristo. Por isso pouca prosperidade de fato, mesmo num país, num estado e numa cidade tão prosperá. 

Pense nisso e decida-se por ser um homem, uma mulher, um jovem bem-aventurado. Sabe o que isso significa: mais que feliz. Feliz independente de todas as demais coisas ou circunstâncias. Mas decida-se também a pagar o preço por isso. E Ele custa, aparentemente caro! Mas o resultado vale a pena, porque Deus prometeu e ele cumpre!

É isso aí. A Deus toda a Glória.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

10 MOTIVOS PARA NÃO SER CRISTÃO ...


... ( mesmo sendo a coisa certa a se fazer)

Paulo Brabo- Bacia das Almas

Ser cristão requer, como sugiro às vezes, estômago forte. Embora seja para todos, definitivamente não é para qualquer um. Houve tempo em que para ser socialmente aceito no Ocidente era requisito mostrar certificado de batismo. Hoje em dia, graças aos céus, não é mais assim: ninguém mais precisa ser cristão só por ser a coisa politicamente correta a se fazer. Há porém motivos adicionais para você abandonar essa ideia de seguir consistentemente os ensinamentos de Jesus, se é que você se preocupa com essas coisas. Selecionei dez; deve haver mais.

10 MOTIVOS PARA NÃO SER CRISTÃO
1.  PUREZA DE MOTIVOS. Algumas religiões, menos ambiciosas, exigem um comportamento exterior impecável. O cristianismo requer pureza interior de motivos, que é coisa muitas vezes mais difícil de alcançar e que talvez ninguém seja capaz de apresentar. De acordo com Jesus, não basta fazer a coisa certa, é necessário fazê-lo com a motivação correta. E, talvez pior e mais comum: basta contemplar com simpatia a maldade para ser culpado dela.

2.  DESAPEGO A COISAS MATERIAIS. Poucas coisas caracterizaram a pregação cristã desde o início mais do que um selvagem desapego a riquezas e outras distrações palpáveis. “Não ajuntem tesouros na terra”, recomendava a análise econômica de Jesus, que lembrava ainda que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino do céu. Os primeiros cristãos acreditaram: venderam tudo que possuíam e deram aos pobres, e do que restava a cada um “ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo lhes era comum” (Atos 4:32).

3.  RENÚNCIA AO PODER. Problema semelhante está na exigência, reforçada continuamente no Novo Testamento, de humildade e da renúncia de todos privilégios, mesmo (ou especialmente) os merecidos. “Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo” (Mateus 20:25-26). Mesmo quando a humildade era vista como virtude politicamente correta e ambição como vício de caráter, poucos efetivamente se dobravam a essas duras exigências. Que dirá hoje.

4.  AMAR OS INIMIGOS. O Antigo Testamento exigia o razoável: que tratássemos nossos vizinhos com civilidade, mesmo quando não o mereciam – comportamento que garantia, com certa medida de esforço, um mínimo de coesão na sociedade. Jesus perdeu aparentemente todo o senso de proporção quando pediu que amássemos nossos inimigos e intercedêssemos diante de Deus pelos que nos odeiam. De nada adianta amarmos o que nos amam, argumentava ele, porque os mais vis salafrários fazem o mesmo. Todo mundo ama quem o ama, e Jesus queria mais do que esse pacote básico: pedia singelamente que fôssemos “perfeitos como Deus é perfeito” – que fôssemos graciosos como Deus, que derrama o sol e a chuva sem distinção sobre bons e maus – sobre merecedores e cafajestes (Mateus 5:45,48). Essa sua exigência permanece tão impopular hoje quanto quando foi proferida pela primeira vez – talvez ainda mais, já que só restamos nós cafajestes e ninguém mais se dá ao trabalho de fingir-se de merecedor.

5.  PERDOAR PARA SER PERDOADO. O Pai de Jesus não é dado a barganhas, mas essa, curiosamente, ele não se esquiva em fazer. O perdão é gratuito desde que ousemos estendê-lo aos outros com a mesma disposição cavalheiresca. “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:14,15). Como se vê, somos todos imperdoáveis, mas a culpa não é de Deus.

6.  PUREZA SEXUAL. O sexo não era para os judeus a neura que se tornou para os  cristãos, mas uma boa medida de consistência na conduta sexual sempre foi medida da experiência cristã. Com o tempo, e por motivos que não cabe discutir aqui, o pecado sexual tornou-se no discurso cristão o pecado por excelência. Hoje em dia o sexo fora do casamento é, na prática, a única conduta aberta não-tolerada numa comunidade cristã evangélica. Ambição, ganância, mentira e rancor são bem-vindos a olhos vistos, mas se for para você  acordar na cama errada ou acalentar pensamentos impuros faça como o resto de nós e não dê bandeira. A única coisa que Jesus tem a dizer sobre esses assuntos é, continuamente, “quem não tem culpa no cartório atire a primeira pedra” – e “vá e não peques mais”.

7.  PRATICAR A VIRTUDE. É crença fundamental do cristianismo que somos salvos da condenação não como compensação pelos nossos esforços no sentido de praticar o bem, mas pela iniciativa gratuita e infundada de Deus, que resolve nos dar de presente o que ninguém teria como fazer por merecer. Apesar disso, a ênfase na prática ultrapassada da virtude – fazer o bem sem olhar a quem – é tecla em que batem continuamente os escritores do Novo Testamento. Como se sabe, a virtude e a integridade são vistas hoje como fraqueza e vício, e é politicamente incorreto sequer mencioná-las num contexto positivo. A lei de Gérson revogou essas curiosidades da história.

8.  SEREMOS JULGADOS PELOS NOSSOS ATOS. “Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras” (Mateus 16:27). Parece contradição, mas o ensino do Reino é o de que somos aceitos pela graça (isto é, não pelos nossos próprios esforços em fazer o que é certo) mas seremos julgados – pasme-se – pela nossa conduta. De um modo misterioso, basta abraçar a graça para ser aceito incondicionalmente por ela (como aconteceu a um dos ladrões na cruz); por outro lado, não basta, e o discurso de Jesus requer uma tremenda consistência na conduta pessoal. “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” (Lucas 6:46).

9.  A INSENSATEZ DA GRAÇA. Como se os escândalos retromencionados não bastassem, há o terrível constrangimento de que para ser cristão é preciso engolir a insensatez da graça – a crença na atitude cavalheiresca e generosa pela qual Deus aceita e abraça quem nós mesmos excluiríamos e condenaríamos de imediato, irreversivelmente e com toda a convicção. Nossa tendência natural é olhar os desprezíveis com desprezo, nunca com misericórdia. Aceitar quem não merece ser aceito não é apenas terrivelmente exigente, é conduta que convida ao mais impiedoso ostracismo social. Ninguém respeita quem não se dá ao respeito, e o cristianismo exige que engulamos a peculiaríssima noção de que “a substância da nossa fé consiste na convicção de que foras-da-lei, pecadores e criminosos podem chamar Deus de Pai, e de que prostitutas podem entrar no reino de Deus antes dos religiosamente respeitáveis” (Brennan Mannigan). Ser cristão é admitir um Deus que não se dá ao respeito. Um Deus sem critério. Um Deus vulgar. Definitivamente, não é para quem tem estômago fraco.

10. EXIGE A VIDA INTEIRA. Finalmente, ser seguidor de Jesus requer viver como ele viveu, o que não é pouco, considerando como ele terminou. “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio,” disse Jesus aos seus primeiros seguidores, e os mais espertos dentre eles logo interpretaram a sentença, corretamente, como querendo dizer “eu os envio para darem suas vidas [por quem não merece o esforço]”. Ser cristão requer, infelizmente, tudo, a vida inteira, o tempo todo e até o fim. Não há meio-termo, meias-palavras, trégua ou feriado semanal. “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:33). Segundo a mensagem cristã, no entanto, não há de fato barganha maior do que perder a vida, porque “quem quiser preservar a sua vida perdê-la-á; e quem a perder de fato a salvará” (Lucas 17:33).

Mas trata-se, convenhamos, do ensino de um sujeito idealista que dizia coisas como “ninguém tem maior amor do que dar a vida pelos seus amigos”. Se houve um mundo em que esse convite pode ter parecido menos popular, é o nosso.

Agir dessa forma, se fosse possível, seria naturalmente a coisa certa a se fazer. Mais um motivo para você não ser cristão, se não quiser pagar mico. Hoje em dia ninguém exige o impraticável dos outros ou de si mesmo. Fazer a coisa certa?

Não está mais aqui quem falou.

A simplicidade do evangelho e a sofisticação da igreja


(Pr. Ricardo Barbosa/Revista Ultimato)

        O evangelho de Jesus Cristo é simples. Simples na forma e simples no conteúdo. A vida e o ministério de Jesus acontecem num cenário simples. Ele anunciou as boas novas do reino de Deus, demonstrou a presença do reino através de palavras, exemplos, e ações. Convidou pessoas para estarem e aprenderem com ele. Sofreu as incompreensões do sistema religioso e político do seu tempo. Morreu e ressuscitou. Após a ressurreição, encontrou-se com seus discípulos e comunicou-lhes que recebera toda autoridade no céu e na terra, e que, como Rei e Senhor, enviou seus discípulos para anunciarem as boas novas, levando homens e mulheres a guardarem tudo o que ele ensinou, integrando-os numa comunidade trinitária por meio do batismo, e prometeu estar com eles todos os dias, até o fim.

      Alguns dias depois, no meio da festa de Pentecostes, 120 discípulos estavam reunidos em Jerusalém, e a promessa de Jesus se cumpriu. Todos foram cheios do Espírito Santo, começaram a viver a nova realidade anunciada por Jesus, saíram alegremente, por todo canto, pregando a boa notícia de que Deus visitou seu povo e trouxe salvação, justiça e liberdade.

      A história seguiu e os cristãos foram se multiplicando, organizando igrejas, criando instituições, formas e ritos. Porém, as instituições cresceram e as estruturas se tornaram mais complexas e sofisticadas. Transformaram-se num fim em si mesmas. A simplicidade do evangelho foi substituída pela complexidade institucional.

      C. S. Lewis, na carta 17 do livro Cartas de um Diabo a seu Aprendiz, aborda o tema da glutonaria e afirma que uma das grandes realizações do maligno no último século foi retirar da consciência dos homens qualquer preocupação sobre o assunto, e isso aconteceu quando ele transformou a “gula do excesso na gula da delicadeza”. Para C. S. Lewis, o problema da gula, muitas vezes, não está no excesso de comida, mas na sofisticação, na exigência de detalhes em relação ao vinho, ao ponto do filé ou ao cozimento da massa. Fica impossível atender a um paladar tão sofisticado. A simplicidade do ato de comer dá lugar à sofisticação gastronômica. Pessoas assim, segundo o autor inglês, demitem cozinheiras, destratam garçons, abandonam restaurantes, cultivam relacionamentos falsos e terminam a vida numa solidão amarga.

     Como igreja, corremos o mesmo risco. A simplicidade e a pureza do evangelho já não provocam prazer na maioria dos cristãos ocidentais. A sofisticação da igreja, sim. É o vaso tornando-se mais valioso que o tesouro contido nele. Se a música não estiver no volume perfeito, o ar condicionado no ponto exato, a pregação no tempo apropriado, com conteúdo que agrade a todos os paladares e com o bom uso dos aparatos tecnológicos, talvez eu não me agrade desta igreja.

    Justificamos a sofisticação com expressões como “busca por excelência”, “relevância”, “qualidade”. Parece justo. O problema é que a excelência ou a relevância do evangelho está justamente na sua simplicidade. É cada vez mais fácil encontrar cristãos que acharam a “igreja certa” do que os que simplesmente encontraram o evangelho. A sofisticação da igreja mantém o cristão num estado de espiritualidade falsa e superficial. A maior deficiência do cristianismo não está na forma, mas no conteúdo.

    A verdadeira experiência espiritual requer um coração aquecido e não sentidos aguçados. Precisamos elevar nossos afetos por Cristo, seu reino, sua Palavra e seu povo, e não os níveis de sofisticação e exigências institucionais. O vaso deve ser de barro, sempre. O tesouro que ele guarda, o evangelho simples de Jesus Cristo, é que tem grande valor. A sofisticação produz queixas, impaciência, falta de caridade e egoísmo. A simplicidade sempre nos conduz a compaixão, sinceridade, devoção e autodoação. 

sábado, 2 de fevereiro de 2013

CONSELHOS BÍBLICOS - 4º CONSELHO


 CONSELHOS BÍBLICOS PARA UMA VIDA SAUDÁVEL, FORTE E RELEVANTE”

4º CONSELHO: CELEBRE

No livro de  Eclesiastes, o autor escreve assim em algumas passagens:

“ Não há nada melhor para o homem do que comer e beber, e fazer com que sua alma goze do bem do seu trabalho. Também vi que isto vem da mão de Deus”(2;24)

E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus....Assim que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua porção; pois quem o fará voltar para ver o que será depois dele?” (3:12; 22)

“Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: comer e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, em que trabalhou debaixo do sol, todos os dias de vida que Deus lhe deu, porque esta é a sua porção”. (5:18).

Em Mateus 6:34, Jesus disse que não deveríamos nos inquietar pelo dia de amanhã, pois bastaria a cada dia o seu mal.

Nesses textos podemos então aprender que devemos desfrutar o que temos com as pessoas que temos. No Talmude (livro de doutrinas/ensinamentos da lei judaica) existe uma afirmação interessante que diz assim: “Quem é o rico? É aquele que se contenta com o que tem! De fato existem muitos pobres ricos e ricos pobres, porque não desfrutam do que tem, vivendo sempre em função do que não tem, perdendo assim o melhor de suas vidas, o presente, seus recursos e as pessoas que estão à sua volta.

O rabino Harold Kusnher em seu livro “Quando Tudo não é o Bastante”, nos adverte sobre a necessidade de baixarmos o nível de nossos desejos, focando nas coisas que já temos, e até mesmo, para o nível daquilo que jamais poderão nos tirar.  Quem vive assim, aprende a celebrar mais a vida, e saboreá-la, vivenciá-la em toda a sua plenitude.

Vemos logo no início do livro do apostolo João, que quando Jesus inicia o seu ministério, logo após o seu batismo, diante da urgência que sua missão requeria, ele encontra um espaço na sua agenda para ir a uma festa de casamento, que talvez na nossa visão imediatista, seria uma perda de tempo, ou que Jesus estaria administrando mal o seu tempo, indo a festas, em vez de estar pregando, curando, ensinando. Mas ante a urgência da sua obra, ele opta por ir com seus discípulos ao casamento, e ali, celebrar junto com os noivos e familiares esse grande momento para os noivos, familiares e amigos.  

Sendo assim, que tal celebrarmos mais a vida, mais os momentos que Deus nos proporciona, com nossa família, nossos irmãos e nossos amigos. E não precisa muito pra fazer isto. Uma rodada de tereré ou chimarrão, uma bacia de pipoca, um pão com linguiça, e aí vai da sua criatividade. O que vale é o desejo de fazer de cada momento, por menor que seja,, um grande momento, celebrando aquilo que há de melhor: a própria vida! Estar vivo já é um grande motivo. Por isso em sua vida celebre mais!